Sonhos renovados: O recomeço de crianças venezuelanas no Brasil

Quando o assunto é infância, logo se pensa em brincadeiras, escola, amigos e sonhos – tudo aquilo que desejam ser quando crescer. Não importa se artista, professor, médico ou membro de grupo famoso de K-pop, a esperança de ter um futuro feliz faz parte da dignidade de toda criança.

Infelizmente, para jovens refugiados, esses sonhos foram interrompidos por conflitos, violência ou pobreza extrema. Hoje, quase metade das 123 milhões de pessoas refugiadas e deslocadas à força no mundo são crianças. Muitas delas cresceram conhecendo apenas a realidade de campos de refugiados ou uma vida em que o acesso à escola, à saúde e até mesmo à alimentação é limitado.

A Agência da ONU para Refugiados (ACNUR) trabalha para garantir que crianças refugiadas e suas famílias possam ter acesso a segurança, abrigo, educação, acompanhando-os em todas as etapas de sua jornada até encontrarem segurança.

É o caso das famílias venezuelanas que são beneficiadas pelo projeto “Brasil Sem Fronteiras”, uma parceria do ACNUR com as Aldeias Infantis SOS, onde recebem acolhimento, abrigo e todo o apoio até conquistarem a autonomia aqui no Brasil. Graças ao generoso apoio de diversos doadores, projetos como esse são possíveis.

Gabriela, 9 anos

Gabriela mostra desenho do que mais sente saudades da Venezuela: sua família, em especial de sua mãe, Edimar.

© ACNUR/Diego Baravelli

A Gabriela ama brincar! Pega-pega, pular corda e balanço são algumas das atividades favoritas que vivencia no abrigo diariamente. Ela também adora ir ao parque e no SESC que fica perto do abrigo. Na escola, sua matéria favorita é artes – e ela adora experimentar com tinta. No desenho, ela mostra sua maior saudade: além da mãe falecida, sua prima e avós continuam na Venezuela. Ela adora roxo, rosa e azul, e seu sonho é se tornar médica para poder cuidar das pessoas.

Renner, 4 anos

Quando crescer, Renner quer ser enfermeiro igual seu pai.

© ACNUR/Diego Baravelli

Renner acabou de chegar ao Brasil com sua família. Ele tem cinco irmãos e morre de saudades de jogar futebol com seus amigos venezuelanos. O bom é que futebol é sua parte favorita do Brasil e ele tem aulas de esporte de segunda a quarta. Na escola, ele gosta de matemática e quer ser enfermeiro quando crescer, igual seu pai.

Victoria, 9 anos

Victoria ama BTS, a banda coreana de K-POP, e sonha em ser cantora também.

© ACNUR/Diego Baravelli

Victoria ama BTS, o grupo de K-pop coreano. Ela chegou no Brasil há poucos meses e já fala muito bem o português. Gosta de todas as brincadeiras em grupo, como esconde-esconde, e se tornou fã da queimada, que aprendeu no abrigo. Ela sente muita falta de parte de sua família que ainda está na Venezuela – em especial de sua irmã mais velha, que ficou cuidando de sua avó e não tem condições de fazer uma longa jornada até o Brasil. Ela ama rosa e roxo e fazer coreografias – quando crescer, quer fazer parte de um grupo de K-pop.

Jeremias, 6 anos

O que Jeremias mais sente falta da Venezuela são os doces típicos, quesillos e mandocas.

© ACNUR/Diego Baravelli

Jeremias gosta de brincar no SESC e ir para a praia. Todo dia às 11h30 ele começa a se arrumar para ir para a escola, e sua matéria preferida é matemática. Ele tem duas irmãs e seis irmãos, e tiveram que sair da Venezuela para poder sobreviver. O que sente mais falta de lá são os doces típicos – quesillos, que lembra o pudim de leite brasileiro, mandocas, rosquinhas de banana com fatiazinha de milho e queijo. Azul, verde, amarelo, laranja e branco são suas cores favoritas, e quando crescer quer se tornar um jogador de futebol.

O ACNUR e a ONG Aldeias Infantis SOS de São Paulo oferecem acolhimento e integração a crianças e jovens refugiados e migrantes, especialmente das famílias afegãs e venezuelanas. Lá trabalham com projetos para proteger crianças em situação de vulnerabilidade social no estado. Os programas incluem:

Acolhimento e Integração: O centro de acolhida e integração em São Paulo oferece um local seguro para crianças e adolescentes que perderam o cuidado parental ou estão em risco de perdê-lo.

Fortalecimento Familiar: Trabalha com famílias em crise para evitar a desagregação familiar, oferecendo apoio e orientação para que possam criar um ambiente protetor e seguro para seus filhos.

Apoio ao Jovem: Oferece serviços para jovens, como orientação educacional e profissional, para o desenvolvimento de habilidades para a vida e a inclusão social, visando a autonomia e a preparação para o futuro.

Parceria com o ACNUR: Através do Programa Brasil sem Fronteiras, a Aldeias Infantis SOS, em parceria com o ACNUR, acolhe famílias refugiadas, incluindo as do Afeganistão, e providencia condições para sua integração no país.

Fonte: ACNUR/ONU.